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Archives Vivants (2017)

~ 2º prémio do Concurso Artes & Talentos da Fundação da Juventude. Palácio das Artes, Porto

Curadoria, Criação / Performance e Produção | Curated, Creation / Performance and Production by: Rebecca Moradalizadeh

Conversas | Talks: Angelina Nogueira, Daria Semco, Inês Moreira, Joclécio de Azevedo, Luís Pinto Nunes e Sílvia Guerra
Apoio: Palácio das Artes

Archives Vivants

Projeto Curatorial & Performances

Curatorial Project & Performance

(2017)

 

 

Entendemos que, a importância de preservar informações em quaisquer tipos de suporte provém da necessidade de resguardar o passado, no intuito de entender o presente e fazer prospecções ao futuro com base nas experiências vivenciadas anteriormente. (MENDES; SANTOS e SANTIAGO, 2010, p.2)

Archives Vivants é uma questão, uma reflexão, uma suposição, uma opção. Como tratar os vestígios da performance art? Como contrariar uma prática de expressão direta, intangível e efémera? Como enaltecer o gesto corpóreo remanescente no espaço?

 

A partir dos anos 60 a prática da Performance Art, uma das manifestações que surgiu da arte conceptual, surgiu por querer romper com os valores e premissas defendidos pelo sistema de arte e instituições museológicas e galerísticas, onde o conceito principal seria que o material utilizado seria o corpo. Era um novo meio de expressão efémera, que explorava a relação do corpo do performer com o espaço e público envolvente. Contudo não abdicava da inserção de materiais e objetos para intercalar com as ações e gestos realizados pelo performer.

A intervenção corporal com os diversos materiais e objetos resulta em vestígios e fragmentos dispostos no espaço expositivo, visto como uma extensão da ação realizada.

Relacionando a prática de arte contemporânea e a curadoria em relação à Performance Art, pretende-se refletir e questionar a sua efemeridade, sendo que o propósito será enaltecer os vestígios e marcas dos gestos corpóreos que restam no espaço expositivo, de modo a que estes possam habitar em permanência esse mesmo espaço, contrariando assim a sua efemeridade inicial.

 

Archives Vivants #1 – Pré-Performance - Arquivos, expõe no espaço museológico o processo antecedente à preparação de uma performance. É um ensaio performativo aberto que relembra os arquivos recolhidos sobre a procura dos conceitos, gestos, ações, e comportamentos escolhidos para a performance Borderline (2015). Existe uma pesquisa inicial sobre artistas que servem de guia para as ideias inciais, tais como Janine Antoni, Helena Almeida, e Philippe Petit.

“Início. Um corpo impulsivo e um círculo. Passos que criam um percurso frágil que delimitam um espaço. Um esforço corporal intenso que percorre o seu próprio limite entre a estabilidade e instabilidade física e psicológica. Fim.”  

 



Após Archives Vivants #1 – Pré-Performance - Arquivos onde foi demonstrada através de uma ação performativa o processo antedecente à conceção de uma performance, segue o passo seguinte, a performance em si.

Archives Vivants #2 - Performance - Borderline, apresenta a performance Borderline realizada em 2015 que serviu de ponto de partida para a reflexão curatorial sobre o vestígio da performance. É criado um momento de ações sucessivas em que o enfoque principal vai para o esforço corporal a que o corpo é submetido.

Lentamente o corpo vai moldando o seu espaço de intervenção, percorrendo um ciclo vicioso visível através das matérias porosas e cria delimitações que deixam marcas e gestos do corpo no espaço.  

No primeiro painel de conversas informais foram convidadas Angelina Nogueira, artista plástica e performer, e Daria Semco, mestranda em Estudos Museológicos e Curadoriais. Angelina Nogueira, apresenta a sua tese Monstruário - (e)feitos (a)pós e outras histórias, aliando conceitos de arquivo, memória, performance e vestígio. Daria Semco, propõe fazer uma apresentação sobre “Vestígios da vida. Conservação de Arte Bruta”, uma reflexão obtida através da sua experiência profissional no Núcleo de Arte da Oliva Creative Factory (S. João da Madeira) com a coleção Treger/Saint Silvestre incidindo-se no arquivo, conservação e preservação, confrontando a noção de performance. 

Archives Vivants #3 – Pós-Performance - Vestígios, procura encontrar soluções de conservação e preservação dos gestos corpóreos realizados em Archive Vivants #2 - Borderline (Performance). Como lidar com os restos remanescentes que permanecem no espaço? Como conservar e preservar um gesto efémero? Através de instrumentos e ferramentas alusivas à prática arqueológica, serão criadas ações que procuram resguardar as matérias pós-performance.

No segundo painel de conversas informais foram convidados/as Inês Moreira, Joclécio Azevedo, Luís Pinto Nunes e Sílvia Guerra, tendo sido proposto a cada orador apresentar projetos em que estiveram envolvidos, relacionados com o arquivo, memória, efemeridade, performance, vestígio, e preservação.Inês Moreira, arquiteta, curadora, investigadora de pós-doutoramento e docente aborda uma exposição que realizou nos espaços incendiados da Reitoria da U.Porto: “Rescaldo e Ressonância!”, projeto sobre a performatividade do espaço e que marcou o seu percurso profissional e académico. Joclécio Azevedo, coreógrafo, performer e artista apresenta o projeto que comissariou “Cuidados Intensivos”, um programa de ações e exposições de vestígios de produções artísticas, realizado em 2013 no Centro de Memória em Vila do Conde. Luís Pinto Nunes, jovem curador e técnico superior do Serviço de Gestão de Espaços Expositivos e Museológicos da FBAUP, apresenta a exposição itinerante “DO IT” comissariada por Hans Ulrich Obrist, que esteve patente em 2017 no Pavilhão de Exposições da faculdade. Trata-se de uma exposição de instruções de artistas construída e desconstruída pela comunidade académica da FBAUP. Sílvia Guerra, curadora, crítica de arte e diretora artística na Lab’Bel - the Laboratoire Artistique du Groupe Bel (França),  apresenta  a  exposição METAPHORIA I, um diálogo entre a poesia, música e arte contemporânea, que comissariou em 2012 para a Capital Europeia da Cultura e que teve lugar no Museu de Arquelogia Sociedade Martins Sarmento (Guimarães). 

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